Aventuras de um Nokia

Era uma vez...Não, não vou começar assim.
Um dia...também não quero assim...
_ O quê? Queres que eu conte, ao mundo e arredores, a tua vida?
- Sim! vá lá. O mundo e arredores vão gostar!!!
- Que coisa! Saiste-me cá um narcicista!!! Mas está bem eu conto:
Hoje é domingo (todos sabem). Dia de mudar os lençois, as toalhas e de tomar banho( há gente que toma banho ao domingo!!). E eu faço isso purque, sigo as normas legais e nacionais da boa dona de casa, ligada à Família, à Pátria e a Deus. Acabada a lavagem da máquina fui à janela estender a roupa (todas as casas portuguesas têm um estendal na janela).
- Tanta conversa e ainda não falaste de mim. Eu quero entrar na história.
- Calma!!! eu já lá chego. Tenho que enquadrar o tema...
Continuando...Estendi bem os lençois. coloquei a roupa por ordem de grandeza e não misturei peças. Fui olhando para baixo (a bisbilhotice ataca-me qdo estendo roupa). Do alto da minha janela - equivalente a um 4ºandar - tentava ver a vida das vizinhas mas... todos dormiam.
- Pois, tu madrugas. Há quem diga que és a galinha da manhã!!!
- Não interrompas, senão não conto nada!!! Estendi as toalhas. Puxa daqui, puxa dali e....bumba.. grande barulho!! grande confusão!! E lá estava ele, estendido na alcatrão da rua, completamente desfeito.
Pus as mãos á cabeça e corri escada abaixo. O que seria de mim sem ele? Ele que me acompanha para todo o lado. Ele que me leva até aos meus amigos. Ele que escuta todos os meus desabafos. Que vou fazer agora? Cheguei à rua. Carinhosamente, peguei nele e abracei-o. Juntei todos os pedaços, espalhados pelo alcatrão e, sentada a uma porta, fiz-lhe uma festa.
- E, graças a essa festa, eu acordei e comecei a falar.
- Verdade! Uma vez raptaram-te , depois, deitaram-te fora e reencontrei-te. Outra vez ficaste no chão debaixo de uma chuva intensa de Inverno. Apanhei-te, aqueci-te e, reviveste. Agora caiste de um 4º andar.
Meu querido amigo NOkia vermelho, és o maior tlm do mundo. Te amo!!!
-Amiga, eu também te amo!!

Bons sonhoso

Esperança

Ao crepúsculo e a medo abriu a gaveta da Saudade.
Embrulhada em papel de nevoeiro estava a chave do cadeado.
Quase sem ver e sem pensar pegou nela e abriu-o.
Foi difícil. Muito difícil. Muitos anos fechada.
Não estava ferrugenta. nunca esteve - mas estava resistente.
Aquele cadeado abria a porta de uma aventura.
Aos poucos, o sol entrou na gaveta.
Aos poucos, foi dando a volta e a porta abria-se com mais facilidade.
Aos poucos,a chave reencontrava a sua finalidade, o seu objectivo.
Tinha saído daquela gaveta escurecida e rejuvenesceu com alegria.
Olhava o mundo dentro das paredes daquele corredor fundo.
Olhava as portas que se alinhavam a partir de uma tarde de Agosto.
O corredor era muito longo e ainda não tinha fim.
Mas - há sempre um mas - aquela porta de madeira de carvalho não se abria.
Será que algum dia se abrirá?
O mundo é redondo e gira continuamente.
Um dia...haverá outro Agosto.
E a luz do sol jorrará, porta fora, trazendo a Alegria e o Afecto de mãos dadas, ao som de uma canção de Adamo.
Bons sonhos

Silêncio

SILÊNCIO
´


Quando
a noite cai, as nuvens sussurram,
As
cortinas fecham-se
E
o silêncio reina.
Um
silêncio calado,
Forte,
denso, profundo.
Um
silêncio que fala de ti,
Da
tua vida, do teu passado.
Um
silêncio que me faz escutar
O
teu respirar quente.
Que
me faz sentir
O
calor do teu corpo.
O
silêncio dos teus passos,
O
silencio dos teus olhos,
Trazem-me
o
Dos
momentos felizes
Que
juntos passámos