quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Desilusão

Há muitos, muitos anos uma pequena pastora apaixonou-se por um guardador de sonhos.
E se até ali sonhava, a partir dali transbordava em sonhos.
Até que um dia acordou e o guardador de sonhos desapareceu.
Ela nunca esqueceu essa arca cheia de sonhos.
E a vida continuou. O mundo girou muitas vezes. E, lá no fundo do seu ser, o guardador vivia-
vivia ainda como jovem contador de sonhos.
A pequena pastora, já com alguma idade e cansada de sonhar foi à aventura.
Subiu montes, desceu vales, atravessou vaus, pisou pedras e....atrás de um grande castanheiro vislumbrou o seu guardador de sonhos.
Com muita dificuldade tentou chegar à fala. A sombra do castanheiro tapava-lhe as feições, distorcia-lhe a voz e arrastava-o para longe, mas respondeu à pastora:
- Não te conheço.Nunca te vi. Segue o teu caminho e não te aproximes.
Coitada da pastora! Ficou mais velha, mais triste, mais curvada e já não conseguiu andar mais.
Hoje, junto ao castanheiro existe um molhinho de folhas secas que dali não saem.

sábado, fevereiro 13, 2010

VOLTEI

Gosto de escrever. Gosto de reler o que escrevo. Quase nunca sou lida.
Não sabem que está aqui uma potencial escritora. Paciência. Um dia descobrirão.
Às vezes (quase sempre) falta-me assunto. Mas hoje, que estamos em pleno carnaval voltei ao meu velho blog.
Nunca fui grande fã do Carnaval. E na minha aldeia tudo se troca (ou trocava) por uma hora carnavalesca.
Era ver as máscaras correrem as sociedades; ranchos delas que calcorreavam as ruas da aldeia; entravam em grande algazarra e saíam muitos divertidas; nos entretantos "picavam" quem- como eu - estava sentado nas cadeiras, esperando que a alegria entrasse porta dentro. E falavam, atiravam papelinhos, diziam graças (às vezes malandrices), "atiravam-se" aos cavalheiros e rematavam com: "não me conheces?" com voz distorcida.
E assim se passava a(s) noite(s).
E agora? Por mim fico em casa e, quando muito vejo o Brasil sambar através da televisão.
Também vejo o telejornal que quando fala na política portuguesa é um verdadeiro Carnaval